Umbanda e Candomblé: Histórias de resistência e cultura afro-brasileira

Umbanda e Candomblé são mais do que religiões; são símbolos de resistência cultural e espiritual no Brasil. Com origens que remontam às práticas espirituais africanas trazidas pelos escravizados, essas religiões enfrentaram séculos de perseguição, sendo criminalizadas durante a colonização e o período imperial. Hoje, apesar de reconhecidas como patrimônios culturais, continuam sofrendo com a intolerância religiosa e o racismo estrutural.

A resistência dessas tradições se manifesta de várias formas. O Candomblé, por exemplo, preserva idiomas africanos como o iorubá, praticados nos cânticos e rituais. Já a Umbanda, que surgiu no início do século XX, mescla elementos de diferentes culturas, incluindo a africana, a indígena e a europeia, como um reflexo da pluralidade brasileira.

Um exemplo inspirador de resistência é o Terreiro Casa Branca, na Bahia, fundado no século XIX. Reconhecido como o mais antigo terreiro do Brasil, ele sobreviveu a diversas tentativas de fechamento por autoridades e continua sendo um marco na preservação da cultura afro-brasileira. Outro caso é o da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, considerada o marco fundador da Umbanda, que segue ativa em Niterói (RJ) e atrai fiéis de diversas partes do país.

Apesar de sua contribuição cultural, muitos brasileiros desconhecem a história e os valores dessas religiões. A invisibilidade contribui para a perpetuação de preconceitos, muitas vezes alimentados por discursos religiosos que demonizam práticas de matriz africana. Combater essa desinformação é essencial para valorizar a riqueza e a diversidade do patrimônio espiritual brasileiro.

Umbanda e Candomblé ensinam lições importantes sobre conexão com a natureza, respeito aos ancestrais e equilíbrio espiritual. Celebrar e proteger essas tradições não é apenas um ato de justiça, mas também um reconhecimento de que a cultura brasileira não seria o que é sem a influência africana.