Religiões afro-brasileiras na mídia: Invisibilidade e preconceito
- Mariana Menezes
- 3 de out. de 2024
- 1 min de leitura
A forma como as religiões de matriz africana são representadas na mídia tem impacto direto na perpetuação da intolerância religiosa. Ao longo dos anos, novelas, filmes e noticiários frequentemente reforçaram estereótipos negativos, associando essas religiões a práticas de “feitiçaria” ou crime, contribuindo para a marginalização de seus adeptos.
Um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2023 apontou que apenas 2% das reportagens sobre religião na grande mídia abordam as tradições afro-brasileiras de forma positiva ou informativa. O restante das matérias frequentemente reforça preconceitos ou trata essas religiões de forma caricatural.
Por outro lado, produções culturais recentes têm tentado reverter esse quadro. A série "Encantados", lançada em 2024 por uma plataforma de streaming nacional, foi elogiada por trazer representações autênticas do Candomblé e da Umbanda, destacando seus valores, mitologia e rituais de maneira respeitosa. Além disso, influenciadores digitais têm usado suas redes sociais para combater preconceitos, compartilhar vivências e educar o público sobre a riqueza dessas religiões.
É urgente que a mídia assuma um papel mais responsável e inclusivo. Representar as religiões afro-brasileiras de forma respeitosa e verdadeira não é apenas uma questão de justiça, mas também uma oportunidade de educar o público sobre a diversidade cultural e religiosa do Brasil.
Afinal, a mídia tem o poder de influenciar percepções e comportamentos, e cabe a ela ajudar a construir uma sociedade mais justa e plural.
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